terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mais um...



Viva sem ensaios

E a vontade do consumo chega a ser maior que a vontade de satisfazer-se, de precisar. E não estou referindo-me a roupas. Refiro-me a pessoas.
Essa vontade de ter, ter, ter, e ao mesmo tempo não ter nada. Saber que não tem nada, não importar-se com o fato, e querer mais daquilo que não tem. Ou não querer aquilo que não tem, querer somente o que tem, mesmo sabendo que não tem valor algum.
Viver de futilidade, mas não importar-se com as cordas das marionetes e nem com os sorrisos amarelos das máscaras. E quantas máscaras!
Às vezes o palco se confunde com a vida. O jogo de luzes ilumina movimentos precisos e ensaiados mentalmente, por uma mente maquiavélica, mas que não faz por mal, pelo contrário, faz por bem, pelo próprio bem, e é ai que engana-se, que contamina-se, que polui-se e que fere-se, pois já não sabe se está no palco ou na vida.
Anda sob uma corda bamba contínua, que pende sempre para o abismo, mas como todo bom equilibrista, não presta atenção na plateia, olha para frente, sempre para frente, segue em frente, mas sem destino algum. Leva os medos consigo e não pede ajuda, mais uma vez não se atenta à plateia, prefere ficar com medo.
Pensa ser o protagonista, mas não vê que é apenas mais um coadjuvante, que ao fim da trama vai sumir, e o pior, é um daqueles que o telespectador não se importa se morreu, se viveu, se enriqueceu… Simplesmente porquê não faz falta alguma e em momento algum fez diferença.
Escolha bem o figurino, sinta-se bem com ele, acenda as luzes, ilumine a alma. Observe todo o teatro, cada detalhe, cada espaço, e principalmente cada pessoa, pois a plateia ajuda. Mas, por favor, lembre-se que quem faz o show é o ator da vida real, desde que por sua vez não seja mais um coadjuvante, pois ele, às vezes tem importância, mas nunca torna-se protagonista, até porquê só há espaço para um protagonista por vida. Ops… Digo, por história.

 (João Dias De Carvalho Neto)

Um comentário: