sexta-feira, 13 de abril de 2012

Poema do dia 13.04.2012


Lembro do esquecido

Às vezes paro, penso e choro.
Às vezes penso, paro e choro.

Lembranças vem e vão,
Repentinamente.
Me devolvem e me roubam,
Maus e bons presságios.
Lembro de momentos,
Como se fossem
Fotos e vídeos editados.

Lembro dos odores,
Que até hoje permanecem
Em minha mente,
Mas que vem com outros.
Que nem sei quem são.

Pão Italiano
Piso de taco
Giz de cera
Macarrão com agrião

Lembro-me do sorrisos
Dos momentos
Dos pulos
Das festas
Das brincadeiras
Dos abraços
Dos encontros
Das despedidas

Fico triste, pois hoje vejo
Que tudo acabou sem despedida.
Que tudo ficou jogado na memória
Esquecido e empoeirado.
Como um velho baú
Que nunca existiu.

                                                   (João Dias C. Neto)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Quem deixastes?

Quem me deixastes crescer?
Eu não pedi, pelo contrário, queria ser sempre aquela criança...
Quem me deixastes crescer?
Eu não pedi para perder, pelo contrário, eu queria que sempre fisestes parte...
Quem me deixastes crescer?
Eu não pedi para chorar, pelo contrário, queria sorrir sempre, como eu sorria...
Quem me deixastes crescer? 
Eu queria os joelhos machucados e não o coração...
Quem me deixastes crescer?
Em quais Luas cresci, quantos Sois foram precisos?
Quem me deixastes crescer?
Eu que nem vi, apenas adormeci, e quando dei por mim, me transformei...
Quem me deixastes crescer?
Agora sou quem sou, sou o mesmo de antes, mas ao mesmo tempo não sou...
Quem me deixastes crescer?
Hoje tenho medo do que não tinha, e não tenho os medos de antes, mas eles eram tão mais simples...
Quem me deixastes crescer?
Só queria ser para sempre aquele que estava feliz com tudo, feliz com o simples, feliz com o real...
Quem me deixastes crescer?
Eu que agora choro pelo que não tenho. Antes eu sorria pelo que tinha, e isso era maravilhoso...
Quem me deixastes crescer? Quem?

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Texto, poema, poesia... Sei lá...

 
Te desejo uma fé enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.
(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sem imagens.

E o mundo dá voltas. E nas voltas que o mundo dá, ele volta a ancorar – como navio – no mesmo porto. Pescadores voltam a pescar os mesmo peixeis, no mesmo mar, mas não nas mesmas águas, não com as mesmas redes, e, muito menos, com os mesmos objetivos.