sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Poema do dia 29.11.2013


Deixa
               (João Dias C. Neto)

Tem gente que deixa 
amizade
deixa amor
Que deixa a bondade
deixa dor

Tem gente que deixa
tudo
deixa nada
deixa a deixa
deixa como está

Há quem deixa por deixar
ou deixa por querer estar
ou não estar
como está!

Há quem deixa por 
vaidade
por vontade
por quem sabe...
deixar

Tem gente que deixa
tudo
deixa nada
deixa a deixa
deixa como está

Tem gente que deixa 
saudade
deixa vontade
deixa aqui
deixa pra lá

Há quem deixa 
estar
deixa ficar
deixa controlar

Tem quem deixa
a morte
deixa a vida
deixa a sorte
deixa a vida te levar

Tem gente que deixa
tudo
deixa nada
deixa a deixa
deixa como está


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Então, é isso ai...



 
 E quando a gente menos percebe o esperado fica desesperado, o passado fica no passado e às vezes perturba o presente. Nesse tempo a gente começa a esperar de mais das pessoas e vê que não deveríamos nem esperar, pois a espera é angustiante, e quando é por algo que não virá, então, é torturante. E às vezes por coisas fúteis nos bi polarizamos, e queremos colocar a culpa num e noutro, e às vezes nem nós mesmo temos culpa, afinal o que é culpa além de uma mera certeza de que cometemos algo…?!
E quando a gente menos percebe a gente começa a perceber que ao mesmo tempo em que tudo faz sentido, nada tem sentido. Já não sorrimos para sorriso algum, já não choramos lágrimas que não serão nada além de lágrimas, já não gritamos àqueles que não nos escutaram, já não… Já não mais. E nesse meio tempo já não há tempo, já não há meio. Ou às vezes há tempo e há meio e meios, mas não percebemos, pois nos enchemos com coisas que nem deveriam fazer parte de nossas vidas, de nossas escolhas.
E de repente a gente percebe que começa a falar tudo sem pensar, misturar, despejar, bocejar… E percebe que o sono causa devaneios, que os pensamentos já não fazem sentido e que os sentidos já não sentem, que o coração já não sente, e que mentes mentem… É ai que o imperceptível é percebido, é ai que vira bagunça, é ai que torna-se incoerente a coerência, o correto, o certo… É ai que todos, constantemente, se perguntam, o que é certo?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mais um...



Viva sem ensaios

E a vontade do consumo chega a ser maior que a vontade de satisfazer-se, de precisar. E não estou referindo-me a roupas. Refiro-me a pessoas.
Essa vontade de ter, ter, ter, e ao mesmo tempo não ter nada. Saber que não tem nada, não importar-se com o fato, e querer mais daquilo que não tem. Ou não querer aquilo que não tem, querer somente o que tem, mesmo sabendo que não tem valor algum.
Viver de futilidade, mas não importar-se com as cordas das marionetes e nem com os sorrisos amarelos das máscaras. E quantas máscaras!
Às vezes o palco se confunde com a vida. O jogo de luzes ilumina movimentos precisos e ensaiados mentalmente, por uma mente maquiavélica, mas que não faz por mal, pelo contrário, faz por bem, pelo próprio bem, e é ai que engana-se, que contamina-se, que polui-se e que fere-se, pois já não sabe se está no palco ou na vida.
Anda sob uma corda bamba contínua, que pende sempre para o abismo, mas como todo bom equilibrista, não presta atenção na plateia, olha para frente, sempre para frente, segue em frente, mas sem destino algum. Leva os medos consigo e não pede ajuda, mais uma vez não se atenta à plateia, prefere ficar com medo.
Pensa ser o protagonista, mas não vê que é apenas mais um coadjuvante, que ao fim da trama vai sumir, e o pior, é um daqueles que o telespectador não se importa se morreu, se viveu, se enriqueceu… Simplesmente porquê não faz falta alguma e em momento algum fez diferença.
Escolha bem o figurino, sinta-se bem com ele, acenda as luzes, ilumine a alma. Observe todo o teatro, cada detalhe, cada espaço, e principalmente cada pessoa, pois a plateia ajuda. Mas, por favor, lembre-se que quem faz o show é o ator da vida real, desde que por sua vez não seja mais um coadjuvante, pois ele, às vezes tem importância, mas nunca torna-se protagonista, até porquê só há espaço para um protagonista por vida. Ops… Digo, por história.

 (João Dias De Carvalho Neto)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Poema do dia 24.09.2012

 

Erroniamente

 Beije-me molhadamente.
Abrace-me conchegantemente.
Toque-me incompreensivelmete.
Abuse-se inconsistentemente.
Use-me esperançosamente.
Evolva-me colientemente.
Proteja-me impulsionalmente.
Minta, esconda, mude, erre,
Invente, assim como invento
Ao escrever a ti,
Para ti, sem existir.

                                     (João Dias C. Neto)

sábado, 22 de setembro de 2012

Tantas máscaras, nenhuma face.




Totalmente sem noção. Vive nessa sentimentalidade inexistente, incoerente e desenfreada que não passa de rabiscos em folhas de papéis ou arquivos em computadores, redes sociais e afins.
Quando fala de amor, não sabe amar. Quando fala de carinho, não sabe acariciar. Quando sente, na verdade, mente.
Seus dedos emitem frequências e impulsos que vem de outro ser, de uma plasticidade sem limite ou limitada em futilidade, de uma imaginação do que queria ser, mas não é, não sabe que é, ou apenas engana-se que é, e mais uma vez mente.
Tenta disfarçar sua imagem egoísta, mas seus atos o descobre, seus atos o desmente, sem ele ao menos perceber, ou percebe sei lá.
Sua imagem é seu ego quem faz, e todos os seus movimentos, traços e trejeitos são manipulados como marionetes que quando acaba o show, perde a vida. Na verdade uma vida que nunca teve, uma vida inventada, uma vida criada pela vontade de ser o que não é.
E de que adianta viver uma vida vazia, inexistente? De que adianta manter uma plasticidade intocável e criada em futilidade e ignorância? De que adianta manter o copo cheio e a mente vazia?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Poema do dia 21.08.2012


Permita-se

 

Que goste
Pelo papo bom
Pelo jeito são
Pelo sarro, pelo som.

Não por traços corporais
Futilmente desenhados
Propositalmente decorativos
Enfeitando ignorância.

Que se surpreenda
Pelo gosto bom
Pelo carisma
Pelo passo, pelo dom.

Não por extravagância
Que futilmente
Exibe-se em logos
Alimentando egos.

Que se deixe levar
Pelo beijo molhado
Pelo olhar acanhado
Pelo sorriso, pelo senso.
 
                                                   (João Dias C. Neto)

sábado, 14 de julho de 2012

Poema do dia 14.07.2012



Abraços...
                                         (João Dias C. Neto)

São braços que formam os abraços
Que podem ser apertados;
Amaziados, apaziguados, guardados.

Abraços carinhosos;
Eloquentes, delinquentes, carentes...
Mas que sempre é feito de gente.

Alguns abraços são apertados,
Outros acanhados,
Ou, quem sabe, abusados!

Mas abusados também são os
Apaixonados, envolventes,
Quentes e calhentes...

Abraços foram feitos para doar
Abraço de irmão, de patrão,
Entre o portão; até no chão...

Abraços foram feitos para ganhar
De amigo, de marido, de um paquera,
Por quem teve muita espera, ou não...

Abraços não são promessas,
São apenas chaves,
Que selam as pessoas com os braços.

Abraços não são compromissos,
Muitas vezes nem pedidos.
Abraços são recebidos!

E é tão bom quando são merecidos
Inesperados, Inexplicaveis,
Sensitivos, desprovidos...

Abraços são ferramentas,
De amor, de carinho,
De paixão de compaixão.

Mas o melhor de todos
É o abraço de abraço
Aquele que envolve no laço
Chega e aconchega
Não pede licença
Não marca hora nem lugar
Apenas acontece!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Poema do dia 13.04.2012


Lembro do esquecido

Às vezes paro, penso e choro.
Às vezes penso, paro e choro.

Lembranças vem e vão,
Repentinamente.
Me devolvem e me roubam,
Maus e bons presságios.
Lembro de momentos,
Como se fossem
Fotos e vídeos editados.

Lembro dos odores,
Que até hoje permanecem
Em minha mente,
Mas que vem com outros.
Que nem sei quem são.

Pão Italiano
Piso de taco
Giz de cera
Macarrão com agrião

Lembro-me do sorrisos
Dos momentos
Dos pulos
Das festas
Das brincadeiras
Dos abraços
Dos encontros
Das despedidas

Fico triste, pois hoje vejo
Que tudo acabou sem despedida.
Que tudo ficou jogado na memória
Esquecido e empoeirado.
Como um velho baú
Que nunca existiu.

                                                   (João Dias C. Neto)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Quem deixastes?

Quem me deixastes crescer?
Eu não pedi, pelo contrário, queria ser sempre aquela criança...
Quem me deixastes crescer?
Eu não pedi para perder, pelo contrário, eu queria que sempre fisestes parte...
Quem me deixastes crescer?
Eu não pedi para chorar, pelo contrário, queria sorrir sempre, como eu sorria...
Quem me deixastes crescer? 
Eu queria os joelhos machucados e não o coração...
Quem me deixastes crescer?
Em quais Luas cresci, quantos Sois foram precisos?
Quem me deixastes crescer?
Eu que nem vi, apenas adormeci, e quando dei por mim, me transformei...
Quem me deixastes crescer?
Agora sou quem sou, sou o mesmo de antes, mas ao mesmo tempo não sou...
Quem me deixastes crescer?
Hoje tenho medo do que não tinha, e não tenho os medos de antes, mas eles eram tão mais simples...
Quem me deixastes crescer?
Só queria ser para sempre aquele que estava feliz com tudo, feliz com o simples, feliz com o real...
Quem me deixastes crescer?
Eu que agora choro pelo que não tenho. Antes eu sorria pelo que tinha, e isso era maravilhoso...
Quem me deixastes crescer? Quem?